Pontuar ou avaliar? Dois processos se confundem e pervertem o ato educativo

Resumo

Neste artigo, o autor explora os conceitos de pontuação e avaliação e, em particular, como a pontuação tem corrompido os processos na aquisição da aprendizagem, dada a necessidade de gerir o trabalho realizado pela escola de forma diferente. Assim, esses processos são reduzidos ao quantificável e a tramites administrativos para marcar uma diferença entre quem obtém ou não boas notas. O autor resgata o surgimento da didática como disciplina, no século XVI, para analisar em três trabalhos relevantes sobre o tema, o papel que foi então dado ao exame e como ao longo do tempo o exame deixou de ser considerado como um espaço de reflexão para vê-lo como um meio de medir o quanto se sabe. Desenvolve-se uma análise na qual refletimos sobre a atribuição de uma nota ao aluno e como isso afeta ou beneficia sua formação educacional. A diferença entre pontuar e avaliar não é um problema que a didática possa resolver. Analisar esse aspecto abre muitos desafios para a transformação da educação; O autor afirma que a didática pode ajudar a restaurar as condições de trabalho dentro da sala de aula, que a construção de processos de formação e aprendizagem, tarefa substantiva da educação, pode ser revalorizada e potencializada. Os meios administrativos e gerenciais não devem ser confundidos com a finalidade da educação.